De acordo com o art. 5º da Lei Maria da Penha, violência doméstica e familiar contra a mulher é “qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial”.
Durante a pandemia, os casos de violência doméstica aumentaram muito — o feminicídio cresceu mais de 22% entre março e abril de 2020. Pra tentar mudar isso, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) criaram a campanha Sinal Vermelho contra a Violência Doméstica.
A ideia é simples: a mulher desenha um “X” vermelho na palma da mão (ou em papel) e mostra em farmácias, órgãos públicos ou agências bancárias. Quem atender, ao ver o sinal, chama a polícia de forma discreta. Tudo é feito com muito sigilo, e a vítima não precisa contar a história ali na hora.
Mais de 15 mil locais no Brasil já participam da campanha. O importante é que a mulher possa pedir ajuda de um jeito simples, mesmo sem conseguir falar.
Essa ação é um passo importante pra mostrar que ela não está sozinha e que existem formas seguras de buscar ajuda.
O ciclo da violência doméstica – explicando de um jeito mais simples
Muitas vezes, a violência doméstica acontece de forma repetida, quase como um padrão entre quem comete a violência e a mulher que está passando por isso. Esse padrão é conhecido como ciclo da violência, e tem três fases. Entender isso ajuda a perceber por que é tão difícil sair dessa situação.
1ª fase – Clima de tensão
Nessa primeira etapa, o agressor começa a agir de forma agressiva: com xingamentos, ameaças, gritos, insultos... A mulher começa a se sentir culpada, com medo, ansiosa, humilhada. É um momento pesado, que vai crescendo até explodir.
2ª fase – A agressão acontece de verdade
Aqui, as ameaças viram agressões físicas, verbais ou psicológicas mais intensas. A mulher pode tentar fugir, procurar ajuda, denunciar, pedir separação... mas também pode ficar tão abalada que acaba paralisada, sem conseguir reagir.
3ª fase – A “lua de mel”
Depois da explosão, o agressor costuma se mostrar arrependido: pede desculpas, promete mudar, age com carinho, diz que foi a última vez. Muitas mulheres acabam dando mais uma chance, principalmente por causa dos filhos, da família ou por ainda terem sentimentos.
Mas, com o tempo, tudo volta para a 1ª fase, e o ciclo se repete.
Quanto mais vezes isso acontece, mais rápido o ciclo gira. As agressões vão ficando mais frequentes e mais graves. Com o tempo, aquela fase “carinhosa” e a fase de tensão somem, e a relação vira só violência.
Mesmo quando a mulher tenta conversar, reclamar ou se defender, isso pode gerar mais uma explosão. E quando ela decide sair da relação, o risco aumenta ainda mais – podendo chegar a situações extremas, como o feminicídio.
Por isso, é importante lembrar: ela está sofrendo violência de alguém muito próximo, alguém com quem tem laços afetivos. Não é fácil sair de algo assim.
🌸 Cada mulher tem o seu tempo, mas quando ela tem apoio, carinho e alguém do lado, fica menos difícil romper esse ciclo.
Se você conhece alguém nessa situação, acolha, escute, apoie. Ela pode precisar muito de você. 💜
✨ Você não está sozinha. ✨
A gente sabe que a dor é silenciosa, que o medo paralisa e que muitas vezes parece que ninguém entende. Mas queremos te lembrar: você não está sozinha.
Existe uma rede de apoio pronta pra te escutar, te acolher e caminhar ao teu lado. Ninguém merece viver com medo. Você merece respeito, carinho e liberdade.
Não se culpe. Não se esconda. Quando você estiver pronta, estaremos aqui. 💜
Com apoio, coragem e amor, é possível romper o ciclo da violência.
E o primeiro passo pode ser simplesmente saber que tem gente que se importa com você.